O vínculo entre profissional de saúde e pessoas com transtornos alimentares
Palavras-chave:
psicodrama, terapia de grupo de encontro, treinamento de sensibilidade, distúrbios do ato de comer, vínculo interpessoalResumo
Este artigo tem como objetivo contribuir para a compreensão do vínculo interpessoal entre profissionais de saúde e pessoas portadoras de transtornos alimentares, por meio do relato de um estudo de caso com uma participante de sete entrevistas em grupo focal, conduzidas segundo o método psicodramático, com temas escolhidos entre aqueles da escala SATIS-BR. Os resultados permitiram afirmar que a participante demonstrou inegável desenvolvimento de sua espontaneidade, expresso na conscientização das representações inadequadas que a bloqueavam em papéis cristalizados e vínculos enrijecidos com os profissionais, ilustrativos da conserva cultural em que se encontrava aprisionada.
Downloads
Referências
Bonet, O. (2004). Saber e sentir: uma etnografia da aprendizagem da biomedicina. Rio de Janeiro: Fiocruz.
Brasil. (2006). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde; Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. (Série B. Textos básicos de saúde). Brasília, DF: Ministério da Saúde. .
Brito, V. (2006). Um convite à pesquisa: epistemologia qualitativa e psicodrama. In Monteiro, A. M., Merengué, D. & Brito, V. Pesquisa qualitativa e psicodrama. (pp. 13-56). São Paulo: Ágora.
Carnabucci, K. & Ciotola, L. (2013). Healing eating disorders with psychodrama and other action methods: beyond the silence and the fury. London: Jessica Kingsley.
Carvalho, A. M. A., Politano, I. & Franco, A. L. S. (2008). Vínculo interpessoal: uma reflexão sobre diversidade. Estudos de Psicologia, Campinas, 25(2), 233-240. Doi: 10.1590/S0103-166X2008000200008
Conselho Nacional e Saúde (Brasil). (1996). Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, DF.
Cotta, R. M. M., Reis, R. S., Campos, A. A. O., Gomes, A. P., Antonio, V. E. & Siqueira-Batista, R. (2013). Debates atuais em humanização e saúde: quem somos nós? Ciência & Saúde Coletiva [online], 18(1), 171-179. Doi: https://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000100018
Fontanella, B. J. B., Setoue, C. S. & Melo, D. G. (2013). Afeto, proximidade, frequência e uma clínica hesitante: bases do “vínculo” entre pacientes com síndrome de Down e a Atenção Primária à Saúde? Ciência & Saúde Coletiva [online], 18(7), 1881-1892. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000700003
Franco, T. B. & Merhy, E. E. (2005). A produção imaginária da demanda e o processo de trabalho em saúde. In Pinheiro, R. & Mattos, R. A. (Orgs.). Construção social da demanda: direito à saúde, trabalho em equipe, participação e espaços públicos. (pp. 181-193). Rio de Janeiro: Abrasco.
Kloetzel K. (1999). Medicina ambulatorial: princípios básicos. São Paulo: EPU.
Linville, D.; Benton, A.; O’Neil, M.; Sturm, M. (2010). Medical providers’ screening, training and intervention practices for eating disorders. Eating Disorders, 18(2), 110-131. Doi: 10.1080/10640260903585532
Lopez, S. B. & Moreira, M. C. N. (2013). Quando uma proposição não se converte em política? O caso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens - PNAISAJ. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 18(4), 1179-1186. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000400031
Martins, C. R. C. & Caccavo, P. V. (2012). Enfermeiros e clientela com bulimia e anorexia: estudo de caso. Rev Bras Enferm, 65(3), p. 495-500. Doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672012000300015
Menegazzo, C.M., Tomasini, M. A. & Zuretti, M. M. (1995). Dicionário de psicodrama e sociodrama. São Paulo: Ágora.
Minayo, M. A. S. (2000). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec/Abrasco.
Monteiro, R. F. (1998). Técnicas fundamentais do psicodrama. São Paulo: Ágora.
Ribeiro, J. M. & Schraiber, L. B. (1994). A autonomia e o trabalho em medicina. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 10(2), 190-199.
Silva Júnior, A. G. & Mascarenhas, M. T. M. (2004). Avaliação da atenção básica em saúde sob a ótica da integralidade: aspectos conceituais e metodológicos. In Pinheiro, R. & Mattos, R. A. (Orgs.). Cuidado: as fronteiras da integralidade. (pp. 241-57). Rio de Janeiro: Hucitec.
Silva, L. M. & Santos, M. A. (2006, jul./set.). Construindo pontes: relato de experiência de uma equipe multidisciplinar em transtornos alimentares. Medicina, Ribeirão Preto, 39(3), 415-424.
Souza, E. L. P. (1968). Pesquisa sobre as fases evolutivas do ego. Bol. Soc. Psicol., Porto Alegre, 3(7), 5-16.
Stancato, K. & Zilli, P. T. (2010, abr.-jun.). Fatores geradores da rotatividade dos profissionais de saúde: uma revisão da literatura. Rev. Adm. Saúde, 12(47), 87-99.
Vaughn, S., Schumm, J. S. & Sinagub, J. M. (1996). Focus groups interviews in education and psychology. London: Sage.
Vieira, F. M., Torres, S. & Moita, G. (2013). Psicodrama e obesidade: desenvolvimento, implementação e avaliação de um programa de intervenção focado nas emoções. Revista Brasileira de Psicodrama, São Paulo, 21(2), 141-149.
Warren, C. S., Schafer, K. J., Crowley, M. E. & Olivardia, R. A. (2012). Qualitative analysis of job burnout in eating disorder treatment providers. Eating Disorders, 20(3), 175-195. Doi: 10.1080/10640266.2012.668476
World Health Organization. (1996). WHO-SATIS consumer’s and caregiver’s satisfaction with Mental Health Services: a multisite study. Geneva: WHO.